domingo, 29 de setembro de 2013

Poemas para a Carolina

Poemas para a Carolina que partiu 17/03/2006



I
Foi no hospital de Villejuif
Que a sua vida terminou
Eram dezassete horas e meia
O seu coração parou

II
O seu pai estava presente
A Marina e o seu namorado também
Todos lhe disseram adeus
Menos a sua querida mãe

III
Quando soubemos a notícia 
Começamos a chorar
Corremos ao hospital
Para a irmos beijar

IV
Subimos ao seu quarto
Nono andar
A seu lado estavam
Todos a chorar

V
Chorava o seu namorado
Os seus avós também
Chorávamos todos
Todos lhe queriam bem

VI
Era a flor preferida
Do seu avô Joaquim
Não havia outra igual
No seu lindo jardim

VII
Era adorada por todos
E por seus pais também
Não esquecendo o Nicola
Que também lhe queria bem

VIII
Esta flor dormia
Num sono profundo
Tinha acabado de dizer
Adeus a este mundo

IX
Ainda estava quente
Tinha deixado de sofrer
Chorávamos todos pela flor
Que vínhamos de perder

X
Fomos todos embora
Deixamos a flor a dormir
Terminavam as visitas
Tivemos de partir

XI
Continuamos a chorar
Pelo caminho e em casa
Por temos perdido
A nossa Carolina amada

XII
Seis noites e seis dias
Na morgue passou
Foi muito tempo
Para quem tanto chorou

XIII
Faziam-lhe visitas
Quem lhe queria bem
Juntavam-se os amigos
A seu pai e a sua mãe

XIV
Foi o vinte e três
Que da morgue saiu
Muita gente chorava
Quando ela partiu

XV
Ela seguia à frente
Os carros em posição
Os passageiros choravam
Com dor no coração

XVI
Quando chegou à igreja
Uma grande multidão
Muitos choravam com dor
Outros com tristeza no coração

XVII
Foi na igreja de S.Martin
Que a missa foi celebrada
Ao centro na sua casinha
Estava a princesa deitada

XVIII
A missa começou
Com versos a acompanhar
Ao lado o primo rui
Na guitarra a tocar

XIX
Muita gente se juntou
Aqui nesta hora
A igreja estava cheia
Centenas ficaram de fora

XX
Poemas lhe foram lidos
Com lagrimas de tristeza
A carolina está no seu
Eu tenho quase a certeza


XXI
Muita gente chorou
Com muita emoção
Quando as primas acenderam as belas
Para lhe porem no caixão

XXII
Os amigos da sua idade
Quando a iam benzer
Levavam na mão um rosa branca
Para lhe oferecer

XXIII
Quando saiu da igreja
Na sua casinha branca
Ela é tão linda
A muitos encanta

XIV
Seguíamos para o cemitério
Com a polícia a abrir caminho
Na igreja tocavam
Badaladas no sino


XV
A polícia não faltou
O presidente da camara também não
Todos se juntaram
A esta grande multidão

XVI
Nunca vi um funeral
Assim com tanta gente
Parecia de um artista
Ou  de um presidente

XVII
Toda a gente na procissão
Num silêncio profundo
Fazendo a despedida
À princesa que deixou o mundo

XVIII
Nos olhos corriam
Lagrimas de dor
Muita gente chorava
Por esta linda flor


XIX
Não faltaram suspiros
Flores também não
Toda a gente deitou
Uma rosa no caixão

XX
A flor que eu lhe deitei
Levou um beijo meu
Para esta sobrinha
Que tanto sofreu

XXI
Adeus sobrinha
Fica a descansar
A tua casinha
Eu voltarei a rezar

XXII
Acorda Carolina
Do teu sono profundo
Para pedires ao senhor
Paz para este mundo















José Manuel Lourenço

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