Poemas para a Carolina que partiu 17/03/2006
I
Foi no hospital de Villejuif
Que a sua vida terminou
Eram dezassete horas e meia
O seu coração parou
II
O seu pai estava presente
A Marina e o seu namorado também
Todos lhe disseram adeus
Menos a sua querida mãe
III
Quando soubemos a notícia
Começamos a chorar
Corremos ao hospital
Para a irmos beijar
IV
Subimos ao seu quarto
Nono andar
A seu lado estavam
Todos a chorar
V
Chorava o seu namorado
Os seus avós também
Chorávamos todos
Todos lhe queriam bem
VI
Era a flor preferida
Do seu avô Joaquim
Não havia outra igual
No seu lindo jardim
VII
Era adorada por todos
E por seus pais também
Não esquecendo o Nicola
Que também lhe queria bem
VIII
Esta flor dormia
Num sono profundo
Tinha acabado de dizer
Adeus a este mundo
IX
Ainda estava quente
Tinha deixado de sofrer
Chorávamos todos pela flor
Que vínhamos de perder
X
Fomos todos embora
Deixamos a flor a dormir
Terminavam as visitas
Tivemos de partir
XI
Continuamos a chorar
Pelo caminho e em casa
Por temos perdido
A nossa Carolina amada
XII
Seis noites e seis dias
Na morgue passou
Foi muito tempo
Para quem tanto chorou
XIII
Faziam-lhe visitas
Quem lhe queria bem
Juntavam-se os amigos
A seu pai e a sua mãe
XIV
Foi o vinte e três
Que da morgue saiu
Muita gente chorava
Quando ela partiu
XV
Ela seguia à frente
Os carros em posição
Os passageiros choravam
Com dor no coração
XVI
Quando chegou à igreja
Uma grande multidão
Muitos choravam com dor
Outros com tristeza no coração
XVII
Foi na igreja de S.Martin
Que a missa foi celebrada
Ao centro na sua casinha
Estava a princesa deitada
XVIII
A missa começou
Com versos a acompanhar
Ao lado o primo rui
Na guitarra a tocar
XIX
Muita gente se juntou
Aqui nesta hora
A igreja estava cheia
Centenas ficaram de fora
XX
Poemas lhe foram lidos
Com lagrimas de tristeza
A carolina está no seu
Eu tenho quase a certeza
XXI
Muita gente chorou
Com muita emoção
Quando as primas acenderam as belas
Para lhe porem no caixão
XXII
Os amigos da sua idade
Quando a iam benzer
Levavam na mão um rosa branca
Para lhe oferecer
XXIII
Quando saiu da igreja
Na sua casinha branca
Ela é tão linda
A muitos encanta
XIV
Seguíamos para o cemitério
Com a polícia a abrir caminho
Na igreja tocavam
Badaladas no sino
XV
A polícia não faltou
O presidente da camara também não
Todos se juntaram
A esta grande multidão
XVI
Nunca vi um funeral
Assim com tanta gente
Parecia de um artista
Ou de um
presidente
XVII
Toda a gente na procissão
Num silêncio profundo
Fazendo a despedida
À princesa que deixou o mundo
XVIII
Nos olhos corriam
Lagrimas de dor
Muita gente chorava
Por esta linda flor
XIX
Não faltaram suspiros
Flores também não
Toda a gente deitou
Uma rosa no caixão
XX
A flor que eu lhe deitei
Levou um beijo meu
Para esta sobrinha
Que tanto sofreu
XXI
Adeus sobrinha
Fica a descansar
A tua casinha
Eu voltarei a rezar
XXII
Acorda Carolina
Do teu sono profundo
Para pedires ao senhor
Paz para este mundo
José Manuel Lourenço
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