sábado, 16 de novembro de 2013

Poemas ao meu primo Carlos


I
Carlos, belos momentos
Que contigo passei
Esses belos momentos
Nunca me esquecerei

II
Passava à tua porta
Sempre te ouvia tocar
Era uma alegria para mim
Nela tinha de entrar

III
Tocavas varias musicas
Que alegravam o coração
Tu para mim eras primo
Mas eras como irmão
IV
Via-te sempre alegre
Quando estava a teu lado
Cantávamos canções
E também alguns fados

V
Dos naos passados
Recordávamos canções
Era com estas cantigas
Que alegrávamos os corações

VI
Era sempre assim
Quando te ouvia tocar
Passava À tua porta
Tinha de nela entrar

VII
Quando havia convívios
Gostavas de participar
Quando era no final
Querias sempre tocar

VIII
A noite corria
Tu sempre contente
Sempre bem disposto
Alegrar toda a gente

IX
Na noite de natal
À beira da fogueira
Não te fartavas de tocar
Nem que fosse a noite inteira

X
Dávamos volta à rua
Tu sempre a tocar
Os versos ao menino
E o povo a cantar

XI
Tocavas os versos
Ao menino Jesus
Espero que este te agradeça
Do alto da cruz

XII
Estes versos lindos
Que tu sabias também
Aprendeste-os todos
Com a tua querida mãe

 XIII
Onde te encontrar
Continua a tocar
Lá estarão os anjos
Para te acompanhar

XIV
Vias pouco ao perto
Mas vias muito ao longe
No teu coração havia alegria
Para milhares de corações

XV
Partiste deste mundo
Para não mais voltar
O teu primo Zé e outros
Vão te sempre lembrar

XVI
Partiste da terra
Dia de muita água
Em muitos olhos de tristeza
Nos corações muita mágoa

XVII
Obrigado por tudo
Que nos deste neste mundo
Que deus te acorde no céu
Do teu sono profundo

XVIII
Pede ao senhor
Paz para este mundo
Quando ele te acordar

 Do teu sono profundo

XIX
Adeus primo Carlos
De ti me vou lembrar
Enquanto eu poder
Na terra te vou rezar







 José Manuel Lourenço

domingo, 13 de outubro de 2013

Cantigas da ceifa






Cantigas da ceifa

I
Ceifeiros que andais á calma
Há calma ceifando o pão
Ceifai as penas da minha alma
Ceifai-as e levai-as no coração

II
Ceifeiro que andais á calma
Há calma ceifando o trigo
Ceifai as penas da minha alma
Ceifai-as e levas contigo

III
Por cima se ceifa o pão
Por baixo fica o restolho
Menina não se namore
Do rapaz que lhe pisca o olho

IV
A minha foice está velhinha
Já não se rala de nada
Ceifa o trigo e o centeio
E também ceifa a cevada
  
V
Minha foice está gasta
Por tanto trabalhar
Agora ela e eu, velhinhos
Estamos a descansar



FIM

Poemas sobre a Serra de Malcata


Poemas sobre a Serra de Malcata

I
Ó linda serra
Da terra donde eu nasci
Quanto mais os anos passam
Mais eu gosto de ti

II
Encontro-te sempre bela
Não posso dizer que não
É a tua singela beleza
Que alegra o meu coração

III
Ó serra tu és tão linda
Como tu não há igual
És a serra mais bonita
Do nosso lindo Portugal

IV
Esta beleza
Não se pode perder
Que deus te proteja
Não te deixe arder


V
Se os homens do mundo
Te quiserem trair
Que deus os castigue
Não os deixe agir

VI
A Serra de Malcata
Tem muito para nos dizer
Quanto mais a conhecemos
Mais nos dá prazer

VII
Aquele ar puro
Que entra nos pulmões
Vai durar muito tempo
Dentro dos nossos corações

VIII
No alto da serra
É o paraíso encantado
A carqueja tem a seu lado
O rosmano perfumado
Que é o seu namorado



IX
No mês de maio
Quando esta em flor
O rosmano perfumado
Fornece um grande amor

X
Se são namorados
Aproveitem este mês
Para verem a beleza
Que a natureza fez

XI
Não fiquem sem subir
Em cima do miradouro
Vai guardar no coração
Um grande tesouro

XII
Sobe, sobe
Não deixes de subir
Quando chegares ao cimo
Os teus olhos vão sorrir




XIII
A mais de mil metros de altura
Estas mais perto do céu
 Quem te visitar no verão
Traga boné ou chapéu



domingo, 29 de setembro de 2013

Poemas para a Carolina

Poemas para a Carolina que partiu 17/03/2006



I
Foi no hospital de Villejuif
Que a sua vida terminou
Eram dezassete horas e meia
O seu coração parou

II
O seu pai estava presente
A Marina e o seu namorado também
Todos lhe disseram adeus
Menos a sua querida mãe

III
Quando soubemos a notícia 
Começamos a chorar
Corremos ao hospital
Para a irmos beijar

IV
Subimos ao seu quarto
Nono andar
A seu lado estavam
Todos a chorar

V
Chorava o seu namorado
Os seus avós também
Chorávamos todos
Todos lhe queriam bem

VI
Era a flor preferida
Do seu avô Joaquim
Não havia outra igual
No seu lindo jardim

VII
Era adorada por todos
E por seus pais também
Não esquecendo o Nicola
Que também lhe queria bem

VIII
Esta flor dormia
Num sono profundo
Tinha acabado de dizer
Adeus a este mundo

IX
Ainda estava quente
Tinha deixado de sofrer
Chorávamos todos pela flor
Que vínhamos de perder

X
Fomos todos embora
Deixamos a flor a dormir
Terminavam as visitas
Tivemos de partir

XI
Continuamos a chorar
Pelo caminho e em casa
Por temos perdido
A nossa Carolina amada

XII
Seis noites e seis dias
Na morgue passou
Foi muito tempo
Para quem tanto chorou

XIII
Faziam-lhe visitas
Quem lhe queria bem
Juntavam-se os amigos
A seu pai e a sua mãe

XIV
Foi o vinte e três
Que da morgue saiu
Muita gente chorava
Quando ela partiu

XV
Ela seguia à frente
Os carros em posição
Os passageiros choravam
Com dor no coração

XVI
Quando chegou à igreja
Uma grande multidão
Muitos choravam com dor
Outros com tristeza no coração

XVII
Foi na igreja de S.Martin
Que a missa foi celebrada
Ao centro na sua casinha
Estava a princesa deitada

XVIII
A missa começou
Com versos a acompanhar
Ao lado o primo rui
Na guitarra a tocar

XIX
Muita gente se juntou
Aqui nesta hora
A igreja estava cheia
Centenas ficaram de fora

XX
Poemas lhe foram lidos
Com lagrimas de tristeza
A carolina está no seu
Eu tenho quase a certeza


XXI
Muita gente chorou
Com muita emoção
Quando as primas acenderam as belas
Para lhe porem no caixão

XXII
Os amigos da sua idade
Quando a iam benzer
Levavam na mão um rosa branca
Para lhe oferecer

XXIII
Quando saiu da igreja
Na sua casinha branca
Ela é tão linda
A muitos encanta

XIV
Seguíamos para o cemitério
Com a polícia a abrir caminho
Na igreja tocavam
Badaladas no sino


XV
A polícia não faltou
O presidente da camara também não
Todos se juntaram
A esta grande multidão

XVI
Nunca vi um funeral
Assim com tanta gente
Parecia de um artista
Ou  de um presidente

XVII
Toda a gente na procissão
Num silêncio profundo
Fazendo a despedida
À princesa que deixou o mundo

XVIII
Nos olhos corriam
Lagrimas de dor
Muita gente chorava
Por esta linda flor


XIX
Não faltaram suspiros
Flores também não
Toda a gente deitou
Uma rosa no caixão

XX
A flor que eu lhe deitei
Levou um beijo meu
Para esta sobrinha
Que tanto sofreu

XXI
Adeus sobrinha
Fica a descansar
A tua casinha
Eu voltarei a rezar

XXII
Acorda Carolina
Do teu sono profundo
Para pedires ao senhor
Paz para este mundo















José Manuel Lourenço