O nascer da
ribeira e o seu percurso
I
Nascias nos Foios
Terra de boa gente
Passavas em Malcata
Sempre alegre e contente
II
Passavas em Quadrazais
Já grande e bem vestida
Em Malcata cantavas
Sempre a mesma cantiga
III
Vinhas sempre a correr
Alegre e contente
Chegavas aos pontões
Tinhas o teu afluente
IV
Seguias o teu caminho
Que era sempre igual
Tinhas um admirador
Na vila do Sabugal
V
Era o castelo das cinco quinas
Que tanto dele gostavas
Dizia-te adeus
Quando por ele passavas
VI
Seguias o teu caminho
Que conhecias tão bem
Procurando o carinho
Que te dava a tua mãe
VII
Passavas sempre a cantar
Com a tua linda voz
Cortaram-te o caminho
Já não chegas à foz
VIII
Corrias, corrias
Como uma atleta
Já não tens caminho
Não podes chegar á meta
IX
Quem te queira ver
Como antigamente
Vai a Quadrazais
Que ainda tens água corrente
X
Desde os Foios a Quadrazais
A ainda és bela e bonita
Mas acaba a tua beleza
Ao moinho do Nita
XI
Deste para baixo
Já não tens a mesma graça
Começa a tristeza
Até a senhora da graça
XII
Foi a senhora da graça
Que te fizeram a operação
Cortaram-te o caminho
Parou o teu coração
XIII
Em Malcata terminou
A tua operação
Abriram-te um túnel
Para correres para o Meimão
XIV
Salta no Meimão
A água da nossa ribeira
Vai servir para regar
Toda a cova da beira
XV
Espero que esta gente
Tenha bom coração
Que venham a agradecer
A Malcata e ao Meimão
XVI
Salta do túnel
De noite e de dia
Vão montar turbinas
Para recuperar energia
XVII
Agora que tudo é triste
Já nada nos seduz
Espero que Malcata
Aproveite desta luz
XVIII
Desculpa ribeira
Não sou poeta nem escritor
Os versos que te dedico
São feitos com amor
José Manuel Lourenço
Sem comentários:
Enviar um comentário