sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O nascer da ribeira e o seu percurso


O nascer da ribeira e o seu percurso

I
Nascias nos Foios
Terra de boa gente
Passavas em Malcata 
Sempre alegre e contente

II
Passavas em Quadrazais
Já grande e bem vestida
Em Malcata cantavas
Sempre a mesma cantiga

III
Vinhas sempre a correr
Alegre e contente
Chegavas aos pontões
Tinhas o teu afluente

IV
Seguias o teu caminho
Que era sempre igual
Tinhas um admirador
Na vila do Sabugal

V
Era o castelo das cinco quinas
Que tanto dele gostavas
Dizia-te adeus
Quando por ele passavas

VI
Seguias o teu caminho
Que conhecias tão bem
Procurando o carinho
Que te dava a tua mãe

VII
Passavas sempre a cantar
Com a tua linda voz
Cortaram-te o caminho
Já não chegas à foz

VIII
Corrias, corrias
Como uma atleta
Já não tens caminho
Não podes chegar á meta



IX
Quem te queira ver
Como antigamente
Vai a Quadrazais
Que ainda tens água corrente

X
Desde os Foios a Quadrazais
A ainda és bela e bonita
Mas acaba a tua beleza
Ao moinho do Nita

XI
Deste para baixo
Já não tens a mesma graça
Começa a tristeza
Até a senhora da graça

XII
Foi a senhora da graça
Que te fizeram a operação
Cortaram-te o caminho
Parou o teu coração



XIII
Em Malcata terminou
A tua operação
Abriram-te um túnel
Para correres para o Meimão

XIV
Salta no Meimão
A água da nossa ribeira
Vai servir para regar
Toda a cova da beira

XV
Espero que esta gente
Tenha bom coração
Que venham a agradecer
A Malcata e ao Meimão

XVI
Salta do túnel
De noite e de dia
Vão montar turbinas
Para recuperar energia



XVII
Agora que tudo é triste
Já nada nos seduz
Espero que Malcata
Aproveite desta luz

XVIII
Desculpa ribeira
Não sou poeta nem escritor
Os versos que te dedico
São feitos com amor
 






                                                                                                                     José Manuel Lourenço

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